Cerca de 40% dos trabalhos de pesquisas publicados sobre acupuntura estão relacionados ao tratamento de dor músculo-esquelética. Na prática, poucos doentes procuram ou são encaminhados para acupuntura como o primeiro método de tratamento, talvez por falta de informação adequada, ou devido a barreiras culturais e profissionais. Em geral, a maioria dos doentes faz uso de diversos analgésicos que são mantidos durante o tratamento. Estes podem ser reduzidos quando há melhora da dor. Deve-se solicitar o acompanhamento do médico que fez o encaminhamento para ajustar os medicamentos. Após o tratamento com a acupuntura, os analgésicos passam a atuar melhor, provavelmente porque há redução da intensidade da dor e do processo inflamatório. A redução do uso dos analgésicos possibilita detectar melhor os pontos sensíveis que podem ser escolhidos para tratar a dor.
Quando a dor músculo-esquelética é associada à dor neuropática, os medicamentos geralmente são mantidos, pois o tratamento medicamentoso potencializa a acupuntura. Segundo pesquisa realizada no Centro de Dor do HCFMUSP, o tratamento com acupuntura clássica proporciona resultados mais satisfatórios que a inserção de agulhas nos pontos de acupuntura e fora deles, com profundidade inadequada (tratamento de Shan). Nestes últimos casos, apenas 35% dos resultados foram satisfatórios aparente ao tratamento da dor miofascial, o valor equivalente ao efeito placebo, contra 75% de resultados satisfatórios quando o tratamento foi realizado conforme as técnicas corretas de acupuntura. Portanto, o agulhamento com técnicas corretas, aliado a outros procedimentos como ventosas, eletroestimulação e ETC, pode melhorar a eficácia da acupuntura.
Quando não há melhora da dor crônica após cinco sessões de acupuntura ou redução de menos 50% da sua intensidade, deve-se associar a ela antidepressivos tricíclicos, neurolépticos, anticonvulsivantes e ou miorrelaxantes, na dependência da condição clínica. Em casos de dor neuropática, a medicação deve ser mantida desde o início do tratamento. Os analgésicos podem ser prescritos pelo médico responsável desde que haja real necessidade de seu uso; com o transcorrer do tratamento pode-se reduzir progressivamente a dosagem dos analgésicos, à medida em que há melhora dos sintomas.
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
segunda-feira, 19 de março de 2012
Oncologia - Fisioterapia para Cirurgias de Cabeça e Pescoço.
Cabeça e pescoço é uma especialidade cirúrgica que trata principalmente dos tumores benignos e malígnos da região da face, cavidades nasais, seios paranasais, boca, faringe, laringe, tireoide, paratireoide, glândulas salivares, dos tecidos moles do pescoço e tumores de pele da face e couro cabeludo.
Dentre as cirurgias mais comumente realizadas pela especialidade, podemos citar as tireoidectomias, traqueostomias, cirurgias de glândulas salivares (parótida e submandibular), tumores da boca e da laringe.
Em oncologia, a diferenciação do tipo, tamanho e localização do tumor são fatores primordiais, influenciando diretamente o tipo de intervenção cirúrgica. Em algumas cirurgias de cabeça e pescoço, o procedimento requer algumas retiradas radicais, além do tumor, o esvaziamento ganglionar cervical também torna-se necessário.
A principal preocupação do cirurgião é a de extirpar o tumor, atuando com margens de segurança, de maneira que se consiga diminuir ou anular os riscos de recidiva ou disseminação da doença. Na tentativa de erradicar o câncer, é comum termos como consequência das cirurgias, sequelas estéticas e funcionais.
A face é amplamente acometida no pós-operatório de cirurgias de cabeça e pescoço, devendo ser motivo de atenção pela deformidade que traduz, tanto do ponto de vista físico quanto psicológico.
Algumas sequelas, como edema, alterações de sensibilidade e da mímica facial, instalam-se imediatamente no pós-operatório de cabeça e pescoço, podendo evoluir indesejavelmente quando não tratadas.
O tratamento fisioterápico no pós-operatório de cabeça e pescoço consiste em muita estimulação tátil e exercícios de mímica facial, já que a estimulação elétrica é controversa, devido a alteração ou ausência de sensibilidade.
O edema no pós-operatório de cabeça e pescoço é consequência da obstrução linfática e venosa devido à secção de seus vasos no transcurso da cirurgia, ou da compressão mecânica produzida por hematomas.
O edema torna-se localizado e organizado, propiciando então o aparecimento de tecido fibroso, que tende a encolher, podendo levar também à formação de aderências. Esse processo pode ser agravado quando o paciente é submetido à radioterapia. Se houver o esvaziamento ganglionar o linfedema poderá aparecer.
Se houver lesão nervosa do nervo facial, ocorrerá a paralisia facial. Se houver a retirada do nervo espinhal acessório, o paciente terá dificuldade em levantar e abrir o braço devido a paralisia do músculo trapézio, que poderá vir acompanhada de instabilidade da escápula e dor; e a isso chamamos de Síndrome do Ombro Doloroso.
Trismo que é a dificuldade para abrir a boca, com endurecimento da articulação temporo mandibular (ATM), pode ocorrer de 3 a 6 meses após a cirurgia ou principalmente após a radioterapia.
A reabilitação difere em cada caso e o paciente deve ser instruído com noções básicas da anatomia e fisiologia muscular, necessárias para melhor compreensão dos procedimentos e objetivo do tratamento.
Os exercícios são propostos de acordo com a avaliação fisioterapêutica e o tratamento direcionado às necessidades particulares de cada paciente, dando maior ênfase aos segmentos mais comprometidos. Mas é importante ressaltar e ter a visão global do paciente. A dor torna-se um fator limitante de algumas atividades diárias, antes mesmo da falta ou diminuição de um movimento. Lança-se mão de algumas técnicas que visam o alívio da dor, como a eletroterapia, acupuntura, relaxamento e alongamentos, para então iniciarmos com as atividades para restauração de mobilidade articular das estruturas envolvidas, força muscular e até mesmo melhora da sensibilidade local.
O tratamento da fisioterapia pode ser longo em alguns casos, mas o sucesso é obtido com a aplicação de técnicas adequadas, regularidade e comprometimento do paciente. O mais importante é a abordagem inicial ser imediata para oferecer uma melhora da qualidade de vida.
Dentre as cirurgias mais comumente realizadas pela especialidade, podemos citar as tireoidectomias, traqueostomias, cirurgias de glândulas salivares (parótida e submandibular), tumores da boca e da laringe.
Em oncologia, a diferenciação do tipo, tamanho e localização do tumor são fatores primordiais, influenciando diretamente o tipo de intervenção cirúrgica. Em algumas cirurgias de cabeça e pescoço, o procedimento requer algumas retiradas radicais, além do tumor, o esvaziamento ganglionar cervical também torna-se necessário.
A principal preocupação do cirurgião é a de extirpar o tumor, atuando com margens de segurança, de maneira que se consiga diminuir ou anular os riscos de recidiva ou disseminação da doença. Na tentativa de erradicar o câncer, é comum termos como consequência das cirurgias, sequelas estéticas e funcionais.
A face é amplamente acometida no pós-operatório de cirurgias de cabeça e pescoço, devendo ser motivo de atenção pela deformidade que traduz, tanto do ponto de vista físico quanto psicológico.
Algumas sequelas, como edema, alterações de sensibilidade e da mímica facial, instalam-se imediatamente no pós-operatório de cabeça e pescoço, podendo evoluir indesejavelmente quando não tratadas.
O tratamento fisioterápico no pós-operatório de cabeça e pescoço consiste em muita estimulação tátil e exercícios de mímica facial, já que a estimulação elétrica é controversa, devido a alteração ou ausência de sensibilidade.
O edema no pós-operatório de cabeça e pescoço é consequência da obstrução linfática e venosa devido à secção de seus vasos no transcurso da cirurgia, ou da compressão mecânica produzida por hematomas.
O edema torna-se localizado e organizado, propiciando então o aparecimento de tecido fibroso, que tende a encolher, podendo levar também à formação de aderências. Esse processo pode ser agravado quando o paciente é submetido à radioterapia. Se houver o esvaziamento ganglionar o linfedema poderá aparecer.
Se houver lesão nervosa do nervo facial, ocorrerá a paralisia facial. Se houver a retirada do nervo espinhal acessório, o paciente terá dificuldade em levantar e abrir o braço devido a paralisia do músculo trapézio, que poderá vir acompanhada de instabilidade da escápula e dor; e a isso chamamos de Síndrome do Ombro Doloroso.
Trismo que é a dificuldade para abrir a boca, com endurecimento da articulação temporo mandibular (ATM), pode ocorrer de 3 a 6 meses após a cirurgia ou principalmente após a radioterapia.
A reabilitação difere em cada caso e o paciente deve ser instruído com noções básicas da anatomia e fisiologia muscular, necessárias para melhor compreensão dos procedimentos e objetivo do tratamento.
Os exercícios são propostos de acordo com a avaliação fisioterapêutica e o tratamento direcionado às necessidades particulares de cada paciente, dando maior ênfase aos segmentos mais comprometidos. Mas é importante ressaltar e ter a visão global do paciente. A dor torna-se um fator limitante de algumas atividades diárias, antes mesmo da falta ou diminuição de um movimento. Lança-se mão de algumas técnicas que visam o alívio da dor, como a eletroterapia, acupuntura, relaxamento e alongamentos, para então iniciarmos com as atividades para restauração de mobilidade articular das estruturas envolvidas, força muscular e até mesmo melhora da sensibilidade local.
O tratamento da fisioterapia pode ser longo em alguns casos, mas o sucesso é obtido com a aplicação de técnicas adequadas, regularidade e comprometimento do paciente. O mais importante é a abordagem inicial ser imediata para oferecer uma melhora da qualidade de vida.
Assinar:
Postagens (Atom)