segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Acupuntura em Dor Crônica auxilia na diminuição do uso de medicamentos.

Cerca de 40% dos trabalhos de pesquisas publicados sobre acupuntura estão relacionados ao tratamento de dor músculo-esquelética. Na prática, poucos doentes procuram ou são encaminhados para acupuntura como o primeiro método de tratamento, talvez por falta de informação adequada, ou devido a barreiras culturais e profissionais. Em geral, a maioria dos doentes faz uso de diversos analgésicos que são mantidos durante o tratamento. Estes podem ser reduzidos quando há melhora da dor. Deve-se solicitar o acompanhamento do médico que fez o encaminhamento para ajustar os medicamentos. Após o tratamento com a acupuntura, os analgésicos passam a atuar melhor, provavelmente porque há redução da intensidade da dor e do processo inflamatório. A redução do uso dos analgésicos possibilita detectar melhor os pontos sensíveis que podem ser escolhidos para tratar a dor.

Quando a dor músculo-esquelética é associada à dor neuropática, os medicamentos geralmente são mantidos, pois o tratamento medicamentoso potencializa a acupuntura. Segundo pesquisa realizada no Centro de Dor do HCFMUSP, o tratamento com acupuntura clássica proporciona resultados mais satisfatórios que a inserção de agulhas nos pontos de acupuntura e fora deles, com profundidade inadequada (tratamento de Shan). Nestes últimos casos, apenas 35% dos resultados foram satisfatórios aparente ao tratamento da dor miofascial, o valor equivalente ao efeito placebo, contra 75% de resultados satisfatórios quando o tratamento foi realizado conforme as técnicas corretas de acupuntura. Portanto, o agulhamento com técnicas corretas, aliado a outros procedimentos como ventosas, eletroestimulação e ETC, pode melhorar a eficácia da acupuntura.

Quando não há melhora da dor crônica após cinco sessões de acupuntura ou redução de menos 50% da sua intensidade, deve-se associar a ela antidepressivos tricíclicos, neurolépticos, anticonvulsivantes e ou miorrelaxantes, na dependência da condição clínica. Em casos de dor neuropática, a medicação deve ser mantida desde o início do tratamento. Os analgésicos podem ser prescritos pelo médico responsável desde que haja real necessidade de seu uso; com o transcorrer do tratamento pode-se reduzir progressivamente a dosagem dos analgésicos, à medida em que há melhora dos sintomas.