Através dos nossos músculos estáticos, músculos da postura, enfrentamos o terrível efeito da gravidade e, por essa mesma razão, estes músculos existentes no nosso corpo estão em constante atividade e consequentemente em encurtamento.
Tendo em conta o conceito de que os músculos são os responsáveis pelos movimentos das aritculações, quer dizer de todo o corpo, e que os mesmos estão divididos em grupos com funções antagônicas, torna-se fácil compreender que quando há um desequilíbrio muscular, ocorrido numa atividade desse mesmo músculo ou grupo muscular, irá provocar um encurtamento do mesmo. Em termos práticos as consequências são nada mais, nada menos do que um desalinhamento do aparelho músculo-esquelético. Este desalinhamento terá como repercussões do nosso organismo o aparecimento de alterações posturais, ou como se diz na gíria popular, “andar torto”.
O corpo apresenta-se como uma grande rede de músculos interligados, onde a propagação de tensões musculares se faz pelo “efeito de dominó”. Assim sendo, o nosso corpo apresenta várias cadeias musculares com localizações e funções diferentes, muitas vezes antagônicas por onde se faz a propagação das tensões. Consoante as suas características podem mesmo ser divididos em músculos da estática e da dinâmica.
O que sucede é que os músculos pelas suas características fisiológicas comportam-se como um elástico, e toda a actividade muscular seja ela estática ou dinâmica, leva sempre a encurtamento muscular e, daí, a necessidade de reeducar permanentemente os músculos. Dada a função de criarem a estrutura de suporte do corpo, têm a necessidade de estarem constantemente num estado de contração parcial denominado de tônus muscular; mesmo quando dormimos estão em constante atividade, o que vai originar um encurtamento (retração) desses mesmos músculos devido às suas propriedades elásticas.
Sabendo do conceito de que os músculos têm propriedades semelhantes a um elástico, e que só o conseguimos esticar quando o puxamos pelas duas pontas simultaneamente, rapidamente se percebe que o conceito de Reeducação Postural é um conceito global, ou seja, trabalha o indivíduo como um todo, baseado na interligação dos músculos com o esqueleto humano.
O R.P.G. apresenta-se como um método de alongamento das cadeias musculares estáticas do corpo, promovendo o alongamento da musculatura e das cadeias musculares retraídas ou encurtadas e do tecido fascial envolvente, restaurando a mobilidade articular. O trabalho respiratório é fundamental na R.P.G. para que haja um bom resultado.
Quando a respiração é desbloqueada, principalmente através da libertação do principal músculo da respiração o diafragma, todos os outros músculos ficam mais soltos permitindo a cada um de nós uma postura melhor com a eliminação das queixas e o realinhamento do corpo.
Embora este trabalho não seja doloroso, os pacientes são submetidos a alongamentos globais e progressivos que requerem alto grau de concentração e de participação para quem está a ser tratado. É devido a este trabalho, que requer uma participação muita ativa do paciente, que se consegue um eficaz alongamento dos músculos estáticos ao mesmo tempo que se fortalece os músculos dinâmicos, relacionados com o problema a tratar.
A R.P.G. tem elevado resultado não só na eliminação das queixas dos pacientes, mas também no realinhamento de todo o sistema músculo-esquelético, devido à sua incidência sobre a causa ou origem da disfunção. O individuo é visto de forma integrada, procurando-se a origem da sua dor e/ou problema, e não somente o alivio dos sintomas. Percebe-se então que o objetivo deste método é o te tratar a pessoa e não a doença.
Deste modo, a R.P.G. constitui uma técnica adequada para todos aqueles que apresentam desequilíbrios musculares, o que equivale dizer todas as pessoas que queixam de dores na coluna e membros, resultantes de problemas articulares e posturais.
As Oito Posturas do RPG |
- Dores de cabeça, enxaquecas, dores de pescoço, torcicolos, tonturas, náuseas, vómitos, zumbidos nos ouvidos, causados por desvios e microlesões ocorridas na coluna cervical.
- Outros problemas de coluna como hérnias discais, prolapsos discais, espondolistese, espondilartroses, ciatalgias, lombalgias, lombago, cervicobraquialgias.* Tendinites, epicondilites, bursites, tenossinovites, ou seja, lesões causadas por esforços repetitivos.
- Deformações das curvaturas da coluna vertebral como são exemplo as escolioses, hipercifoses, retificação da coluna cervical, hiperlordoses,etc.
- Desvios da posição dos membros, nomeadamente joelhos varos e valgos, recurvato dos joelhos, pé cavo, pé plano, anteorização e elevação dos ombros.
- Outros problemas que impliquem alterações do comprimento de músculos ou grupos musculares como estrabismos, disfunções têmporo-mandíbulares (ATM) e incontinências urinárias.
*MATERIAL CEDIDO PELA EQUIPE DE FISIOTERAPIA URGETRAUMA
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